Moradores da Rua 450 e comunidade João do Mato, em Itapema, foram até a Câmara de Itapema na noite de terça-feira, dia 09 de maio, durante a sessão da Casa do Povo para protestar sobre as ocorrências envolvendo as comunidades nos últimos dias.
Foto: Tom Amaral/VipSocial
Itapema está entre os cinco municípios com o metro quadrado mais valorizados do Brasil. Um simples pedacinho de terra pode valer milhões. Com a construção civil superaquecida e com prédios que não param de ser levantados, trabalhadores mais humildes acabam sendo empurrados para as áreas de conflito territorial para sair dos altíssimos alugueis.
A sessão parlamentar foi tomada pelos moradores que reivindicam dignidade e acesso à moradia. Os parlamentares se mostraram sensíveis e estão cientes da situação que dezenas de famílias trabalhadoras estão passando
Nos últimos dias, as localidades foram alvo de diversas ações policiais, da prefeitura e de outros órgãos a fim de inibir novas invasões. De acordo com os relatos dos próprios moradores, muitas destas ações não foram nada amigáveis.
NA CASA DO POVO
O plenário do Legislativo itapemense ficou pequeno para tantas famílias. Uma das moradoras usou a Tribuna do Povo para expor aos parlamentares e toda sociedade sua condição. Ela relatou que mora já 11 anos em Itapema. Veio em busca de melhoria de vida. Começou trabalhando no serviço de coleta de lixo. Com o tempo, foi em busca de novas oportunidades.
Foto: Tom Amaral/VipSocial
Entretanto existe uma barreira comum em todos que chegam a Itapema em busca de uma vida mais digna: o alto valor dos alugueis.
Na sua fala, a moradora conta que atualmente trabalha com operadora de empilhadeira e que ganha cerca de R$ 2,4 mil e que a metade é destinada somente ao aluguel.
Ela sabe que é errado invadir, viu nessa condição a oportunidade de se livrar do peso do aluguel mesmo que por um curto período de tempo para que possa juntar um dinheiro e quem sabe pode adquirir um terreno de forma legalizada.
Foto: Tom Amaral/VipSocial
ASSSOCIAÇÃO DE MORADORES
Existe uma associação que representa as famílias das comunidades da Rua 450 e João do Mato. Valdivino Pereira está à frente da luta. De acordo com ele, os moradores só querem ter acesso à moradia não de forma gratuita, doada, mas que tenham condições de pagar. A associação também está orientando todas as famílias a não mais invadir, já que tem um projeto tramitando, mas ainda de forma lenta.