Fraude em exames toxicológicos: operação prende suspeitos em São João Batista e outros estados

Uma operação da Polícia Civil, batizada de Toxicoloko, desarticulou um esquema de fraude em exames toxicológicos obrigatórios para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias que permitem a condução de veículos pesados, como caminhões. A ação, que ocorreu simultaneamente em três estados, resultou na prisão de oito suspeitos e na coleta de provas que evidenciam uma grave ameaça à segurança nas estradas brasileiras.

Ordens de prisão e busca foram cumpridas em São João Batista (SC), Diadema (SP) e Rio Branco (PR). Na prática, o grupo ajudava dependentes químicos a obterem a CNH nas categorias que exigem o teste toxicológico, fraudando os resultados para que não constasse o uso de drogas.

Foram cumpridos dois mandados de prisão em São João Batista, sendo, a princípio, um homem e uma mulher envolvidos em autoescolas da cidade.

O esquema utilizava amostras de cabelo de uma criança para burlar o exame toxicológico, garantindo resultados favoráveis a motoristas com histórico de uso de drogas. “Identificamos mechas de cabelo de uma menina, que foram utilizadas para realizar diversos exames, sendo apresentadas como amostras de motoristas com dependência química”, informou o delegado Osnei Valdir de Oliveira, da Polícia Civil de Santa Catarina.

A investigação teve início em maio de 2022, quando um suspeito de furto de cargas no Paraná revelou que havia burlado a lei para obter a CNH, devido à sua dependência química. Questionado sobre como conseguiu realizar o exame toxicológico, ele revelou o esquema de fraude que envolvia autoescolas e postos de coleta de material biológico.

Um dos principais envolvidos no esquema é Francisco Gonçalves Júnior, dono do Centro de Formação de Condutores Elitte, localizado no interior de São Paulo. Além das fraudes nos exames toxicológicos, Francisco também utilizava moldes de silicone das digitais dos alunos para fraudar a presença nas aulas obrigatórias. Ele foi preso durante a operação e responderá também por porte ilegal de arma. Sua defesa nega as acusações.

A fraude, segundo a polícia, já era antiga e vinha sendo perpetuada por Lucas Gustavo Ferreira, filho de José Arildo de Castro, conhecido como “Ari do Detran”, que nunca trabalhou no órgão, mas comandava o esquema até sua morte durante a pandemia.

Os Detrans de Paraná, São Paulo e Santa Catarina afirmaram que as CNHs envolvidas no esquema serão canceladas, e as autoescolas participantes enfrentarão processos administrativos.

A operação Toxicoloko foi destaque de uma reportagem especial no programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 10, evidenciando a gravidade da situação e o impacto do esquema criminoso na segurança das estradas brasileiras.

A investigação segue em andamento e busca identificar outros envolvidos e ampliar o escopo das fraudes, que podem ter colocado motoristas inaptos ao volante, gerando riscos nas estradas.




 

Fonte e imagens: G1 Portal de Notícias 

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