Figura influente na política nacional, ele é condecorado pelo Exército Brasileiro e pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)
Imagens de segurança capturaram o momento exato em que Getúlio, portando uma pistola calibre 9mm, disparou contra o porta-malas do veículo de seu alvo, que estava estacionado na avenida movimentada. A vítima, que não teve o nome revelado, escapou ilesa do ataque, mas o incidente gerou grande repercussão local, mobilizando uma intensa investigação policial.
A Delegacia de Itapema assumiu o caso, iniciando uma série de medidas judiciais para apurar os detalhes do ocorrido. Durante as investigações, Getúlio demonstrou resistência em colaborar, ignorando intimações para interrogatório e recusando-se a entregar a arma usada no crime. Essas atitudes levaram as autoridades a intensificarem os esforços para aplicarem a lei, resultando na busca e apreensão em diversos endereços relacionados ao advogado.
Na manhã do dia 5 de julho, a operação policial culminou na prisão temporária de Getúlio em sua residência no Bairro Meia Praia. Durante a operação, também foram conduzidas coercitivamente sua esposa e enteada para prestarem depoimentos. Além disso, o celular do advogado foi apreendido, embora ele tenha se mantido reticente sobre o paradeiro da arma de fogo.
Em resposta à prisão, a defesa de Getúlio apresentou um pedido de revogação da prisão temporária, argumentando que houve violação de prerrogativas advocatícias durante a diligência policial. Segundo o advogado de defesa, a operação foi realizada sem a presença de um representante da OAB, o que configuraria ilegalidade na ação. Além disso, a defesa ressaltou que o mandado de busca e apreensão carecia de especificidade e fundamentação, tornando a prova coletada ilícita.
Outro ponto destacado pela defesa foi o tratamento recebido por Getúlio durante sua detenção, que teria sido mantido em uma “cela minúscula e sem iluminação” na Delegacia de Polícia em Itapema, em condições que a defesa classificou como insalubres e desrespeitosas, em violação ao Estatuto da Advocacia.
A defesa também argumentou que as supostas ameaças contra a vítima não se sustentavam, já que as intimidações teriam cessado após o incidente de maio. Foi mencionado ainda que Getúlio sempre demonstrou comportamento respeitoso às convocações policiais e que sua recusa em entregar a arma de fogo não deveria ser vista como falta de cooperação, mas como um direito de não produzir prova contra si mesmo.
Getúlio exerceu diversas posições de destaque ao longo de sua carreira, como Superintendente Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul em diferentes períodos, liderando políticas de trabalho e emprego, Assessor de Ministro de Estado e Secretário Parlamentar em gabinetes de deputados federais.
Getúlio recebeu várias medalhas, incluindo a Medalha do Exército Brasileiro, concedida pela participação no Programa Militar de Qualificação Profissional, Medalha Voluntários da Pátria e Medalha de Distinção da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), por serviços relevantes prestados à Inteligência de Estado.
Além disso, Getúlio foi Conselheiro Regional em entidades de formação profissional como SENAC/RS, SENAI/RS e SESI/RS.
Em seu pedido de revogação da prisão, Getúlio anexou referências profissionais de figuras proeminentes, incluindo ex-ministros de Estado, desembargadores e senadores, reforçando sua boa conduta social e profissional. Entre as referências destacam-se Gélson Rolim Stocker, Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Luís Carlos Heinze, Senador da República pelo Rio Grande do Sul e Onyx Lorenzoni, ex-Ministro do Trabalho e Previdência.
O pedido de revogação da prisão temporária será analisado pelo Juízo da Vara Regional de Garantias da Comarca de Balneário Camboriú. Enquanto isso, Getúlio permanecerá detido, aguardando os desdobramentos legais do caso.