Quadrilha tinha mais de R$ 1 bilhão em imóveis em Balneário Camboriú e Itapema

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A Polícia Civil do Paraná deflagrou nesta quinta-feira (4) uma operação contra uma organização criminosa envolvida no tráfico estadual e internacional de drogas, com foco em Itapema e Balneário Camboriú, em Santa Catarina. A ação ocorre em oito estados brasileiros e mobiliza 500 policiais civis e federais, além de 25 auditores da Receita Federal e cumpre 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão. A investigação teve início após apurar assassinatos em Paranaguá e revelou uma disputa pelo controle do tráfico de drogas na região.

A organização criminosa utilizava o investimento no setor imobiliário do Litoral Norte de Santa Catarina, especialmente em Itapema e Balneário Camboriú, para lavar o dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas. As aplicações financeiras dos investigados totalizam um valor estimado em mais de R$ 1 bilhão. O líder do grupo montou uma complexa estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, exportando cocaína principalmente através do modal marítimo, com destino aos portos da Europa.

As investigações apontam que o principal esquema financeiro para promover a lavagem de dinheiro era o investimento no setor imobiliário do litoral de Santa Catarina, com aquisição de apartamentos de alto padrão e financiamento de empreendimentos imobiliários. Algumas construtoras e empresas do setor estariam envolvidas no esquema criminoso e foram alvos da ação desta quinta-feira.

Os lucros obtidos pelos criminosos também estavam sendo utilizados para subsidiar a ampliação da estrutura logística da quadrilha, mediante a aquisição de aeronaves, barcos, empresas, imóveis, entre outros bens.

Os suspeitos são investigados por realizar negócios jurídicos fraudulentos ou não declarados, custeados com recursos oriundos do tráfico internacional de drogas. As investigações também constataram pagamentos de imóveis de luxo com altas quantias de dinheiro em espécie sem a devida comunicação aos órgãos competentes e a utilização de interpostas pessoas para ocultar a identidade do real adquirente.

Conforme as autoridades, os investigados da ação, que foi nomeada como Operação Downfall, responderão pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a 60 anos de reclusão. O nome da operação faz alusão à desarticulação estrutural e financeira da organização criminosa, resultado possível graças à cooperação entre as instituições envolvidas.

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