Na semana passada, Sandra Koch, realizou um sonho ao se tornar a primeira ultramaratonista a nadar os 36 km do trajeto Costa Verde e Mar. A façanha histórica teve início às 3h30 da manhã na praia do Araçá, em Porto Belo, e terminou às 18h30 na praia de Cabeçudas, em Itajaí, totalizando cerca de 15 horas de nado.
Desafios enfrentados
Apesar de seu intenso treinamento, Sandra enfrentou condições climáticas desafiadoras. Marcos Machado, fiscal da prova, destacou que a nadadora teve que lidar com diversas correntezas durante o trajeto. “Ela tentou, bravamente, furar a corrente por mais de uma hora. O nado foi interrompido por orientação do seu treinador, Alexandre Kirilos, por questões de segurança”, explicou.
Superação e comemoração
Sandra revelou que as dificuldades encontradas durante a prova aumentaram sua felicidade com o resultado. “Meu dispositivo que marca as braçadas e quilômetros de nado travou em 42 km. Foram muito mais do que os 36 km previstos devido às correntes contrárias. Por isso estou muito feliz com o resultado. Comemoro com a equipe a superação desse dia longo e árduo”, contou.
Momentos marcantes e desafios críticos
A nadadora passou por diversas praias, destacando as belezas de Estaleirinho, Estaleiro e Taquaras. No entanto, a parte mais difícil foi na Ilha das Cabras. “Essa hora foi muito crítica, faltava muito ainda para chegar. As dores no corpo tomam conta, tive muita vontade de colocar meus pés em algum chão”, detalhou Sandra. Além das dores físicas, Sandra também enfrentou mal-estar gastrointestinal, possivelmente causado pela ingestão de água do mar.
Persistência até o fim
Mesmo com os desafios, Sandra continuou nadando até a Ilha das Cabras, enfrentando ventos e pedras, e contornou a ilha com grande dificuldade. Ao chegar na ponta da praia de Cabeçudas, ela enfrentou mais um obstáculo com a junção da Maré Vazando e o rio Itajaí-Açú, que a fez lembrar de seu objetivo maior de se aliar à natureza.
Propósito e inspiração
Sandra concluiu a prova nadando mais do que os 36 km previstos devido aos desvios, mas cada braçada tinha um propósito significativo. “A Costa Verde e Mar foi nadada, senti cada uma das 16 praias de perto, cada braçada minha tinha o propósito de tentar gerar a consciência que todos somos capazes de mudar a nossa história e mudar essa onda de destruição da natureza”, explicou. “Nadei pelos Gaúchos, nadei por um mundo mais sustentável e regenerado”, concluiu Sandra.